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Bom dia!!!

 

Já cá não venho há uns dias, mas este início de semestre tem sido bastante preenchido.

 

Mas hoje venho contar um episódio caricato. Acho que merece ser partilhado!

 

Bem, só para contextualizar a situação...

Como estudante de engenharia que sou, dou explicações! Sobretudo de matemática, porque é algo que gosto bastante.

 

Já dou explicações há alguns anos e às vezes acontecem episódios bizarros e que nos deixam de boca aberta.

 

Na sexta-feira fui dar a primeira explicação a um aluno.

Dificuldades a matemática... o costume. 

Décimo ano. Início do secundário, é normal que se sintam dúvidas, sobretudo se já existem dificuldades anteriores com a disciplina.

 

Foi a mãe que entrou em contacto comigo e pediu o que geralmente qualquer mãe que vê o filho a "navegar" pede.

"O meu filho entrou agora no 10º ano e precisa muito de alguém que o ajude a matemática, porque não está a acompanhar o ritmo das aulas".

Tratei de tudo com a mãe e a explicação ficou marcada para sexta-feira às 19 horas.

Uma hora e meia de explicação!

Assim foi.

 

O miúdo tinha 15 anos e andava nos Salesianos do Estoril.

Esse foi também um dos motivos porque decidi ajudar. Andava na minha escola. Na escola onde estive doze anos. E por isso era normal que estivesse com dificuldades. Não é uma escola fácil.

 

Pronto, mas até aqui tudo normal.

 

Cheguei a casa dele quando faltavam cinco ou seis minutos para as 19 horas.

Era uma moradia no Estoril. Toquei à campaínha e apareceu a empregada a abrir o portão.

Disse-lhe que vinha dar explicação de matemática ao Francisco e ela logo me disse que o quarto dele era no primeiro andar ao fundo do corredor.

Ainda fiquei à espera que viesse comigo mas não, desapareceu para a cozinha.

A casa era grande e o primeiro andar tinha várias portas logo fiquei meio às aranhas, até que vi que uma porta tinha vários autocolantes de marcas de surf. Pronto só podia ser ali...

 

Bati à porta uma vez.

Bati à porta duas vezes.

E bati uma terceira. E nada!

Chamei "Francisco, estás aí?"

 

Ouvi uma janela a fechar ou a abrir e alguns segundos depois abriu-me a porta.

"Ah desculpe, estava ali a fumar um cigarrinho, não ouvi..."

Eu disse que não tinha problema e fizémos as apresentações normais entre explicador e explicando.

 

Quando me preparava para começar o Francisco vira-se e diz isto: "Ah mas hoje não pode ser, porque tenho uma festa que começa às 20h e 30min em Lisboa e tenho que me ir vestir e tomar banho. Não dá tempo! Eu tinha dito à minha mãe que hoje não podia ser mas ela não ligou. Mas eu dou-lhe o dinheiro da explicação. Mas não diga nada à minha mãe".

 

Fiquei completamente parvo mas perguntei-lhe onde estava a mãe dele naquela altura e ele disse-me que só a via no sábado e no domingo. Era raro vê-la nos restantes dias porque chegava tarde.

 

Obviamente que nos minutos seguintes tive que lhe dizer que para além de não aceitar o dinheiro, que aquela seria a primeira e última vez que aquilo aconteceria.

 

Por vezes a culpa do insucesso escolar dos filhos deve-se muito à ausência dos pais.

 

Este é um exemplo claro disso!

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publicado às 10:35


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