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Jovem (futuro) engenheiro que sente que os cerca de 1.5kg do seu cérebro não são suficientes para armazenar a quantidade de informação que se encontra a fervilhar entre os seus neurónios!
Estava finalmente em Montezuma!!
Depois de tantas viagens, de tantos quilómetros, o destino final apresentava-se diante dos meus olhos!
Eram sete e tal da manhã quando acordei. Por entre os panos da rede mosquiteira levantei-me e logo percebi o calor que se fazia sentir! Um "bafo" inexplicável!
Da janela do meu quarto, a vista era qualquer coisa de extraordinário.
Uma autêntica pintura! Parecia saída de um livro!
Quase que se tem que esfregar bem os olhos para perceber se é realidade ou ficção!
Não vou tentar descrever, porque "uma imagem vale mais do que mil palavras".
Por isso mesmo, a primeira fotografia desta publicação será precisamente a primeira imagem que tive daquele lugar, a vista da janela do meu quarto!
Fui tomar o pequeno-almoço, que seria quase sempre o mesmo até ao fim da minha estadia...
Arroz com feijão! Era isto que se comia lá ao pequeno-almoço.
Havia também panquecas, não muito bem feitas, bem como fruta, geralmente banana e melancia.
Fui tomar banho e arranjar-me! Não sabia ainda o que me esperava no meu primeiro dia!
Estava curioso. A vontade de conhecer aquele sítio era imensa, mas isso seria algo que teria mais do que tempo para fazer!
A casa de banho não era grande, mas não me podia queixar, só havia três rapazes!
Por outro lado, as mais de 15 raparigas que dividiam os dois outros quartos, apenas tinham uma casa de banho para usufruir.
Por isso, não me podia queixar de todo :)
Quando experimentei, nessa manhã, o duche pela primeira vez, percebi que não ia haver água quente!
Mas como o tempo era tão abafado, água fresca sabia bem.
Para primeiro banho soube-me bem! Daí para a frente logo se veria se ia sentir falta de um banho quente...
Depois de um duche, ainda demorado, e de vestir uma roupa confortável , fui até à zona de convívio da casa. Era o lugar onde se faziam as refeições e onde se passava a maior parte do tempo.
Tinha mesas e cadeiras de madeira, uma estante com livros e pequenos artigos relacionados com o mundo aquático!
Uma das primeiras coisas que reteve a minha atenção foi um iphone, completamente inutilizável, que teria sido encontrado na água do mar e que fazia de adorno em cima de uma mesinha de madeira. Havia uma carapaça de tartaruga gigante em exposição no meio do chão, como nunca tinha visto igual, vários cestos para deixar o calçado quando se entrava na casa e na parede uns quadros com tarefas para os voluntários.
Foi então que a Nathalie, a bióloga que nos recebeu na noite anterior, reuniu os novos voluntários para explicar tudo aquilo que era necessário saber!
Explicou-nos de tudo um pouco!
Começou por falar das espécies de tartarugas que poderíamos encontrar por ali, falou do ciclo de vida delas, todas as fases pelas quais passa uma tartaruga, desde que nasce até que morre. Foi um pouco de história para nos cativar!
Depois, explicou de forma teórica tudo o que precisávamos de aprender para podermos realizar todas as tarefas que nos iam ser propostas ao longo do tempo que lá ficássemos.
Obviamente o tempo não ía ser igual para todos. Havia voluntários que lá ficavam apenas uma semana, outros duas, eu ía ficar três e por aí fora. Variava...
Por fim, a parte mais importante era o quadro das tarefas, que estava colocado numa das paredes da sala e que diariamente apresentaria as tarefas e as funções que individual ou coletivamente seriam realizadas!
No entanto, como este era o nosso primeiro dia, podiamos ir fazer o que quiséssemos!
Ainda não tinhamos tarefas!
Só começariam no dia seguinte!
Obviamente peguei na minha mochila, na máquina fotográfica e fui à descoberta!
Dei o meu primeiro passeio por Montezuma!
Ainda foram algumas horas!
Visitei a vila que era muito pequenina, era basicamente composta por lojinhas de souvenirs, um supermercado, uma igreja, duas pizzarias, três ou quatro cafés onde serviam sandwiches e hambúrgueres, uma gelataria, um bar com música e várias barraquinhas onde se organizavam excursões!
De resto, havia vários hostels e "hóteis".
Tudo rodeado por uma imensidão de vegetação incrível!
Depois de conhecer a vila, fui até à praia, que era espetacular!
Dei logo um mergulho e a primeira sensação que tive foi perceber que a água era quente! Era mesmo!
A praia era verdadeiramente incrível!
Uma praia selvagem, sem ninguém, com floresta por trás!
Era lá que ficava o viveiro, onde se armazenavam os ovos de tartaruga, até nascerem. Para assim assegurar que os ovos ficariam em segurança durante todo o processo. Quando nascessem, as tartarugas bebés eram devolvidas ao seu habitat natural!
Para primeiro dia, não podia ter pedido melhor!
Fiquei a conhecer um pouco, daquela que seria a minha "casa" durante mais de três semanas!
No próximo capítulo, começarei a falar do meu trabalho como voluntário!