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Jovem (futuro) engenheiro que sente que os cerca de 1.5kg do seu cérebro não são suficientes para armazenar a quantidade de informação que se encontra a fervilhar entre os seus neurónios!
Tinhamos acabado de chegar ao terminal de autocarros.
A Hazel disse-nos o que precisávamos de fazer!
Basicamente era preciso comprar aquilo que ela chamava de "master ticket", que correspondia a um bilhete que incluía todos os transportes necessários para chegar a Montezuma.
Custava cerca de 15 dólares.
Para se ter noção, a viagem de San José até Montezuma estava dividida da seguinte forma: duas horas e meia de viagem de autocarro desde San José até Puntarenas, em Puntarenas teríamos que esperar pelo ferry boat, cuja viagem demoraria cerca de uma hora e meia, de seguida apanhávamos o mesmo autocarro no qual tinhamos vindo até Puntarenas, porque esse autocarro vinha dentro do ferry, entrávamos nesse autocarro e fazíamos uma viagem de duas horas até Cobano onde trocaríamos de autocarro, autocarro esse que finalmente nos levaria até Montezuma, num percurso de cerca de 30 minutos.
Resumindo: um inferno de viagem!
Desde chover dentro dos autocarros, a autocarros sem portas e janelas, "estradas" que mais pareciam pistas de motocross e um ferry boat onde mais de metade dos passageiros tinha que ir de pé!
No entanto, para mim o momento mais marcante do percurso foi durante a viagem de ferry boat!
Apanhámo-lo ainda de dia, mas como a viagem durou mais de uma hora, a parte final da viagem fizémo-la de noite e há um momento que vou recordar para sempre, tal foi o impacto!
É o momento em que estamos a chegar à península e cujo cenário é verdadeiramente imponente!
Noite cerrada, porque lá anoitece muito cedo, um único barco no meio do nada e à frente uma ilha gigante!
Só me vinha à memória as cenas do filme do King Kong, quando chegam à ilha!
Quem viu o filme do King Kong de 2005 é exatamente igual!
É impossivel não se ter receio, porque não se conhece nada nem ninguém e a atmosfera involvente é extraordinariamente inquietante! Sentes-te completamente perdido, sem saber o que vais encontrar!
Foi assim que me senti, quando na parte de fora do ferry presenciei aquela imagem!
Foi duro!
Toda a viagem, desde San José, durou mais de sete horas!
Partimos às 14h e chegámos a Montezuma já depois das 21h.
Mas chegámos!
O autocarro parou e foi dado o alerta que tinhamos finalmente chegado a Montezuma.
Saímos do autocarro e fomos buscar as nossas malas, na esperança que estivessem intactas!
Depois pusémo-nos a caminho até ao destino correto: ASVO (Asociación de Voluntarios para el Servicio en Áreas protegidas de Costa Rica).
Comigo e com o Ricardo estavam mais sete voluntários, que acabámos por conhecer ao longo da viagem até Montezuma e que vinham com o mesmo propósito!
Tudo gente jovem, um casal de namorados alemães, uma rapariga alemã, duas inglesas e duas francesas.
Éramos nove no total!
O caminho a pé até à casa demorou cerca de cinco minutos!
Tivemos sorte... não estava a chover!
Quando cheguei à casa, percebi de facto para o que vinha!
Tinha paredes, já não era mau.
Fomos recebidos por uma bióloga, que encaminhou as raparigas para o seu quarto e os rapazes para o nosso.
Era eu, o Ricardo e o Alexander.
O nosso quarto, tinha seis bliches e não estava lá ninguém!
Foi a nossa sorte!!
Cada um ficou com duas camas. A de baixo para por as malas e as coisas de cada um e a de cima para dormir, até porque era mais fácil colocar a rede mosquiteira presa ao teto do quarto!
Fomos jantar!
Massa com molho de tomate! Estava com tanta fome que me soube muito bem!
Depois do jantar estivemos um bocado à conversa com a bióloga e conheci o Ricardo Bonilla, que era um dos responsáveis pela ASVO ali na Costa Rica e que me ajudou logo com o wi-fi!! Estava desesperado para poder falar com os meus pais e amigos!
Fui me deitar ainda antes das 23h!
Estava completamente exausto!
No dia seguinte, iniciava-se oficialmente uma aventura inesquecível!
Até ao próximo capítulo!